Monday, November 28, 2005


Sem porquê nem como

Porque se te amo sem explicação,
Sem saber porquê nem como,
É somente porque não calo o coração
Quando ele grita e salta desenfreadamente.

Assim te amo sem questões
E somente porque sim.
Sem ilusões, nem contradições,
Onde tudo e nada está em mim.

Sunday, November 13, 2005

O passado

O passado dói
Quando bom ele foi.
Agora o nada,
Agora o vazio.

Esquece o presente,
Mergulha nas memórias.
Elas te consolam,
Te embalam docemente.

Tuesday, November 01, 2005

A poesia arranha quando vai para além do concreto em nós, quando nos descobre naquilo que tanto escondemos de todos. Raspa e dói por vezes mais do que a própria força bruta, por isso mesmo se torna tão única, inesperada e bela. Descobre-me e corrompe-me para lá do imaginário, para lá, muito para lá de mim, para lá do tempo da própria vida. Ela ficará, eu não. Outros marcará com as suas palavras velhas, mas nunca gastas, escritas para a eternidade.

Nalgum lugar perdido - Mafalda Veiga

Olhar-te um pouco
Enquanto acaba a noite
Enquanto nenhum gesto te magoa
E o mundo fora aquilo que sonhares
Nesse lugar só teu

Olhar-te um pouco
Como se fosse sempre
Até ao fim do tempo, até amanhecer
E a luz deixar entrar o mundo inteiro
E o sonho se esconder

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti

Enquanto dormes
Por um momento à noite
É um tempo ausente que te deixa demorar
Sem guerras nem batalhas para vencer
Nem dias para rasgar

Eu fico um pouco
Por dentro dos desejos
Por mil caminhos que são mastros e horizontes
Tão livres como estrelas sobre os mares
E atalhos pelos montes

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti