Sunday, December 02, 2007


A palavra amor

Cospe-se dentro do corpo por se achar gigante a palavra amor. E surda me diz a palavra engano a cada vez que sonho para me matar de seguida. Limpa-se a alma dentro de ti pelos nós da garganta que desatei em cada beijo. E calado me sopra ao ouvido o verso de carne sobre carne, amor sob amor. Suja-se a pele em nós por se amassar cada grito dentro da boca em asfixia. E morto me dizem que afinal a vida acabou sem começar pelo medo de existir. Inspira-se o pó para dentro de mim por ti e inertes em cansaço nascemos para gastar o que não sabemos ter. E mudo me diz o poeta pela palavra que o amor é por ti e sem ti. Somente porque sim.