Saturday, December 24, 2011

Apega-te

Apega-te, sinto que vou rachar.
Aproveita estes "senãos" discretos,
Pois o que dura por momentos
Dura para sempre se se souber cuidar.

Descola-te do aparentemente gasto,
Do pé atrás e do medo de amar,
Já que quem não sofre e dá,
Cai ao precipício rapidamente devagar.

Saturday, November 05, 2011

Brinco

À noite, por longe
É no brinco que me penduro,
Na poesia do lençol e da boca,
No corpo que na alma seguro.

É na manhã,
No resto de cansaço que dura,
Que ele aparece
Nascido do nada e sem censura.

São dois homens, duas mulheres
Ou coisa alguma.
São sem o saberem,
Cristos ou Diabos à mistura.

Tuesday, July 05, 2011

Escrever

Escrever é um verbo que não existe,
É falar fingindo ser outro e de outro,
Mandar calar o sentimento que persiste,
O falso verdadeiro que não se sabe qual é.

Wednesday, February 09, 2011

Bebedeira de Ser Ninguém

Viver é doer e porque é preciso anestesiar, vamos hoje afogar a dança em álcool, vamos hoje sonhar com o impossível. Os corpos sãos e as mentes doentes são o desenho do dedo no escuro, são a forma explícita de Deus ateu a matar crescendo em nós. Ele. O criador que destruiu. Vamos então hoje lançar a pista até amordaçar os pés ao chão do céu, por entre esta bebedeira surda de ser ninguém.

Fotografia: David Galdino

Saturday, January 29, 2011

Fica, meu bem querer, para que durmas na ressaca de me deixar.