Saturday, August 05, 2006

Horas paradas

Sempre que o relógio me cativar me lembrarei de ti, meu amor, em todos os momentos em que contamos os minutos para a morte. Seremos sempre os amantes finitos pelo tempo com toda a dor pelas horas, sempre as horas. Sempre que o cronómetro parar antes da meta, irei correr ferozmente para ganhar e chegar em primeiro, pois sem tempo os corpos se conservam e a decomposição afectará apenas o interior de nós num destruir abstracto, de aparência apenas... Os ponteiros entre nós sempre se congelaram porque o tempo, o nosso tempo, era maior... Enganamo-nos tanto, mentimo-nos perante o mundo, perante as horas, perante o relógio que teima em não parar. Enganamos a morte, ou melhor fingimos que a enganamos, mas não, quem perdeu foi o corpo só que éramos.

4 comments:

Lau* said...

Seria um sonho se o meu relógio por vezes parasse.. No entanto, neste momento, só quero k avance..e só pare quando eu quiser!

Beijo*** (pk raio n tas na net hoj? tas a falhar as noitadas ;p)

dossantoslopes said...

Eu adoro cada palavra que tu escreves, por isso, assim que descobri que estavas por ca, tive que passar por aqui *

Anonymous said...

Ter controle do tempo é ter controlo da vida... e limitar a adrenalina e as hormonas que fazem bater o coração e nos dão o aperto do estomago...
A forma como as coisas estão escritas dão uma nova visão...
Parabéns...

Carlota Rebelo said...

Afinal de contas, não temos controlo sobre nada.
Sinto cada palavra, cada virgula e cada ponto.
Perco-me aqui contigo..
Parabéns, mesmo.
Um beijo grande, Carlota*