Arrepia quando sem um tu
Não pode haver um eu,
O pronome pessoal passa então
A perder a sua individualidade
Como se a carne ganha-se
espinhas,
Como se as putas ganhassem
castidade,
Como se os pântanos ganhassem
terras,
E a terra áspera no céu
nascesse,
Como se no teu funeral fosse
eu que morresse!
Assim como apenas existe
O olhar de cobiça junto do
olhar terno,
Existe o meu demónio junto do
teu anjo,
Uma barraca de lata junto a
um castelo
E ainda existe, a ideia que
persiste,
Uma força invencível na unidade como um sismo,
Galopando forte e vil na fronteira,
Sempre correndo no linear do abismo,
Onde caem pedaços de corpos mas de alma inteira!
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