Saturday, August 20, 2005


Para quem pensa que fado é tristeza...

Montras

Ando na berma
Tropeço na confusão
Desço a avenida
E toda a cidade estende-me a mão
Sigo na rua, a pé, e a gente passa
Apressada, falando, o rio defronte
Voam gaivotas no horizonte
Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…

São montras, ruas
E o trânsito
Não pára ao sinal
São mil pessoas
Atravessando na vida real
Os desenganos, emigrantes, ciganos
Um dia normal,
Como a brisa que sopra do rio
Ao fim da tarde
Em Lisboa afinal

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…

Gente que passa
A quem se rouba o sossego
Gente que engrossa
As filas do desemprego,
São vendedores, polícias, bancas, jornais


Como os barcos que passam tão perto
Tão cheios
Partindo do cais

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…


Poeta: Pedro Campos
Cantor: Mariza

4 comments:

* Ju * said...

Mais uma vez cultivaste-me, e mais uma vez me rendo aos teus gostos. Belo poema, e bela música.
Porque o fado é português, tem sempre algo de nós...

*Beiju grande*

Anonymous said...

pronto conseguiste... era este o post k faltava para eu comentar... mariza inspira-me tanto que até senti vontade de te escrever uma palavras... pronto n mereces mtx até pork n tens jeito nenhum pa estas cenas e acima de tudo tens um maus gosto incrivel... agora a falar a seria... és um menino xeio d talento ( klker dia ainda me contas kem é a fonte inspiradora:)) tens muitiximo bom gosto e escreves palavras k cantam... beijinho grande ... ah e knd tiveres tempo ouve "Chuva" é a minha preferida:)

Jobim said...

*Daniela

Não podia deixar de expressar a minha surpresa e o meu agrado por cá vires. sempre ao dispor :)Conheço a chuva, tal como as outras, gosto muito.

beijo*

Anonymous said...

Por vezes, tudo à minha volta é irreal
Sinto o calor de gente que me rodeia, mas me deixa congelada
Fico e me perco nas montras acesas que observo, e onde me procuro.. Mas nao me encontro!
E sou eu, na totalidade, que estou lá, na presença de uma cidade que exite, mas onde apenas o amor é real!!!!!

« Este amor dilacerado,
Este amor que noite e dia
Me arrebata e me agonia,
Este amor desenganado,
De saudades macerado,
A encher-me a vida vazia...»

Grande voz a de Mariza!