Friday, February 26, 2010

Nascimento

Nasceste de novo para mim,
Já de nada nos faziamos,
Já de fim me construía
Por entre chamas de pó.

E de repente,
Não mais que de repente,
Tornou-se o passado em presente
E de nada nos viviamos.

Nasceste do nada
Para nos matarmos novamente,
Para que a essência se evaporasse,
Já apagada de tinta entornada.

Foi-se ficando devagar,
Calando-se a sede,
Voando-se pelo mar
Porque és o sonho que dói
E o limite do imaginário em mim.


(Fotografia - Luís&João Centeno)

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