Monday, July 25, 2005



Há pessoas que não morrem...


Há pessoas que não morrem mesmo com a sua ausência, se ausência se pode chamar. Tive certeza disso no concerto de Maria Bethânia em honra a Vinicius de Moraes, amigo e parceiro de Tom Jobim. Ambos não morreram, ambos são cantados, ambos ainda vivem e viverão na memória de todos nós ao som de música, ambos marcaram presença para a eternidade. Magnifica noite, ao som de uma voz quente, poderosa como Deuses. Também tu nunca morrerás.


“Maria Bethânia canta como uma jovem árvore que queima
Numa crepitação de madeira que se extingue para o alto.
Tudo é combustão nessa extraordinária cantora cuja voz nos
Veio da Bahia, para transmitir uma mensagem de amor e
Poesia como raramente acontece.

Seu canto é livre e puro, mas não de uma pureza casta e
Desumana: é o encontro do céu com a terra, um casamento
Do mundo com o infinito. Nela o timbre crestado, com uma
Qualidade de juta, é um dos componentes mais humanos;
Mas seu canto se eleva mais alto, lírico, embriagado de
Espaço, cravejado de estrelas.

Maria Bethânia canta com a liberdade dos pássaros, para fora e para cima, mas sem perda dessa intimidade fundamental à comunicação.


A bênção Maria Bethânia!”


Vinicius de Moraes
3/12/65

3 comments:

* Ju * said...

Adorava ter ido ver o concerto... Adoro Caetano Veloso e, por influência, Maria Bethânia. Quanto a Tom Jobim e Vinicius de Morais, acho simplesmente fantástica a simplicidade que existe nas suas composições.

" De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."

Vinícius de Moraes

**Beiju**

Anonymous said...

"Devo igualar-te a dia de Verão?
ès mais encantador, mais temperado;
Em Maio o vento agita o botão,
E a bem do Estio foge apressurado!
Sei que o olhar do céu chega a queimar,
E o seu aspecto de ouro se embacia...
O belo pode às vezes declinar
Se acaso a Natureza se transviar!
Mas teu eterno Estio não se vai,
Nem perdes a beleza que deténs!
Da morte o manto sobre ti não cai,
Se em verso perdurarem teus bens.
Enquanto alguém respirar e possa ver,
Enquanto isso existir... Hás-de VIVER!"

William Shakespeare (1564 - 1616)

achei ser este o meu comentário mais adequado...

o teu blog está, a cada dia k passa, aumentar a qualidade!
é sempre um enorme prazer passar por ca e ler....

sem sombra de dúvida tu reinas no mundo da literatura!
toma isto como um grande elogio... pk saber escrever é para mim dos maiores talentos...

beijos gandx***

Anonymous said...

Amalia é um grande exemplo no nosso pais! Tb ela nka morre!!!!
Hoje, homenageia-se, canta-se, vive-se Amália.. e nka deixará de ser a diva do fado!!
Cmo ela, Vinicius de Moraes e Tom Jobim, mtas pessoas nka morrem!
Parece k nka xegaram a desaparecer..e nka foram eskecidas.. apenas a sua presença fisca já n é possível!!
É uma dor mto forte kdo sabemos k alguém simplesmente deixou de aparecer!! Ms por mais k pensemos, n xegamos a conclusão de k realmente tudo tem um fim!!
E é por isso.. k kem morre, prevalece na minha memoria.. pk nka vai deixar de existir!!

“Tambem eu te canto, também tu marcarás presença para a eternidade.. Também tu nunca morrerás!!”


**Bjo**